Recebi através do jornal, vou dividir com vocês:
Nilson Souza |
08/03/2007 |
Feminino e singularEste dia especial foi criado para homenagear Mareliza, a mãe de Lenin, aquela valente jovem senhora que foi à luta e às páginas dos jornais para furar a barreira do preconceito e garantir o acesso à escola para o filho portador de deficiência. Esta data significativa serve também como um preito de solidariedade à Adriana, a viúva do soldado Biassi, que ficou com a ingrata incumbência de explicar à filha de dois anos por que o pai jamais voltaria de uma prosaica viagem de ônibus. Este 8 de março e de tantos méritos femininos reverencia a beleza adolescente de Luana, filha de Santa Maria, que conquistou olhares e corações com o seu sorriso doce, e se transformou no símbolo irretocável das garotas de todos os verões gaúchos. Esta quinta-feira santificada é dedicada à saudade da irmã Schwester, polonesa passo-fundense, que usou os 99 anos de sua curta vida para cuidar de doentes, semear a paz e difundir o evangelho da sua igreja. Estas mulheres que pularam do anonimato para as páginas do jornal, na última semana, são personagens da vida real que representam exemplarmente este gênero feminino e singular. Elas amam seus filhos mais do que a si mesmas, elas choram lágrimas doloridas quando perdem seus afetos, elas enchem o mundo de charme e beleza quando sorriem, elas dominam o poder da oração e sabem usar a varinha mágica da concórdia universal. Esta quinta-feira talvez seja um dia igual a todos os outros para a maioria das mulheres. Algumas provavelmente receberão as flores e os chocolates da expiação masculina por uma história de opressão que infelizmente ainda não se encerrou. Outras certamente cumprirão suas rotinas de trabalho e repouso sem serem percebidas como aniversariantes de uma data gerada pela culpa. Mas, anônimas ou visíveis, elas continuam sendo especiais porque nasceram com o dom – feminino e singular – de parir e embalar o futuro da humanidade. Esta crônica – meu modesto buquê de letras – é para as mães que oferecem a vida por seus filhos e também para aquelas que cuidam dos filhos das outras como se fossem seus. É para as mulheres que choram suas perdas e também para aquelas que celebram seus afetos sem medo de perdê-los. É para as belas de alma que desfilam translúcidas nas passarelas dos verões de todos os tempos. É também para as enigmáticas senhoras que atravessam os portais do tempo com a força de suas orações. |
Fonte: Crônica ZH
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