O Leitor – Filme

Título no Brasil: O Leitor
Título Original: The Reader
País de Origem: EUA / Alemanha
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Esquecemos detalhes que deveriam ser inesquecíveis e damos ênfase só a crueldade nazista
O número de pessoas incultas na Alemanha, daquela época, era absurdo. Resulta em prato cheio à exploração do conceito de “o que é o seu dever”, e “do que é o seu direito”. A raça superior, segundo a época, tinha um soldado que poderia ser caracterizado como tendo uma falha em sua formação, inaceitável para o mundo perfeito que estava se instaurando na Alemanha.

Hanna, até contra si mesma, era uma pessoa que deveria manter seus deveres, a responsabilidade sobre seus atos e a vergonha por sua falta de formação. Era o que ela sabia da vida, era o que fazia na vida.

Entre ser ético e seguir a lei (as normas vigentes) pode significar ficar a margem da sociedade, sofrer perseguições e isso é só um detalhe, diante da grande importância dada à sobrevivência. A questão moral fica entre, assegurar o pão nosso de cada dia, e a exaustão de nossas forças para manter o “necessário” teto sobre nossas cabeças.

Na prática, quando em cargos de poder, se percebe pessoas que consideram sua sobrevivência, acima do que é moral, colocando por tabela em risco a vida dos demais.
Quantos, na prática, identificam o que é ético e o que não é? E, se identificado não o fazem, pois o custo pode ser viver como aqueles que estão a margem.
Quando a lei permite, “a lei” assegura à sociedade certas ações e sua impunidade é que percebemos o quanto de ética temos em nossas veias.

Como vemos e julgamos Hanna hoje?
E, lá, naquele momento, o guarda e seus outros cinco colegas, responsáveis pela ordem, carregavam prisioneiros de guerra, os vencidos, os párias sociais para a morte(eram assim considerados naquele tempo/espaço, não?), o que fariam e como assumiriam a responsabilidade diante de seus pares, de seus chefes e da lei vigente?

É dentro da história que podemos julgar.
A Hanna, eu a julgo como sendo uma pessoa profundamente voltada apenas para si e sua sobrevivência. Era o que ela conhecia da vida até ali. Não lembro a idade que ela tinha, mas era jovem.

E, quantas vezes eu já ouvi em defesa própria, conhecidos meus, não tão jovens, dizendo: Meu senso de sobrevivência é muito aguçado. Eu luto para sobreviver!
Ao que eu respondo: Sobreviver é necessário. Mas, não deveria ser o suficiente, para ninguém. Nascemos do pó, somos pó e voltaremos ao pó? WTF?

O filme traz a tona conflitos importantes:

A questão da Culpa; Ética e Direito entre outros. Trazendo a lembrança Karl Jaspers,  Hanna Arendt, Heidegger e Livros como: A história da Filosofia no Século XX – Delacampagne; Heidegger: um mestre da Alemanha entre o bem e o mal – Safranski.

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Gênero: Drama / Romance
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 124 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estréia no Brasil: 06/02/2009
Site Oficial: http//www.thereader-movie.com
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção: Stephen Daldry

L&PM Editores – em 02/03/2009

A dama do cachorrinho, de Anton Tchékhov, está em um dos momentos mais tocantes do filme O Leitor, uma adaptação do romance homônimo do alemão Bernard Schlink. Indicado a cinco Oscar – entre eles melhor filme, melhor diretor (Stephen Daldry) e melhor atriz (Kate Winslet, que recebeu a estatueta) –, o filme conta uma poderosa história sobre paixão, decepção e culpa, com a literatura ocupando o centro da narrativa.

Na Alemanha após a 2ª Guerra Mundial, o adolescente Michael Berg começa um caso com uma mulher com o dobro de sua idade, Hannah Schmitz – uma aventura que o marcará para sempre. À medida que os encontros entre ambos vão se tornando mais freqüentes, Hanna e Michael desenvolvem um ritual particular no qual, antes do sexo, ele lê para ela, primeiro os livros que está estudando na escola, e depois clássicos da literatura que ele mesmo escolhe na biblioteca, entre eles, o já citado conto A dama do cachorrinho e trecho dos livros Odisséia, de Homero, e Guerra e Paz, de Leon Tolstói.

Uma resposta

  1. Tenho vontade de ver o filme, mas antes que pegar o livro.
    Não só pela questão da comparação, mas é que uma história como essa, vale mais a pena ler o livro antes, IMO.

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